quarta-feira, 16 de abril de 2014

NA FRONTEIRA DO SENTIR



Olhava amiúde para dentro de si...

e começava a sentir que podia desfazer-se da raiva, deixar ir o ciúme e também a inveja... e que isso não a deixaria diminuída, nem vulnerável, como tanto receava...

ao contrário, soltar a emoção dolorosa, era como soltar a pele exterior, abrindo-se a um novo sentir, a um novo estar, a um novo ser...

soltar a emoção defensiva parecia, afinal, deixá-la mais centrada, mais alicerçada na essência e menos no ego.

Olhava amiúde para dentro de si... 

e percorria agora a lentidão do caminho, sem pressas...

sentindo, finalmente, ter toda a eternidade.

lúcia*



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